domingo, 29 de janeiro de 2017

Um conto para minha filha - Kleber Nunes




Era um lugar encantador, daqueles que desejamos viver para sempre. Um Vale enorme, repleto de árvores, cachoeiras, rios, pássaros, flores e montanhas.
Todos os dias o arco-íris cruzava o céu levando mais beleza e cor ao Vale, como era lindo!
O reflexo do arco-íris coloria a superfície dos rios e o movimento das águas atraia para as margens todos os tipos de animais, principalmente os pôneis e os cavalos alados.
Durante todo o dia, uma revoada de pássaros cruzava o céu de um lado para outro e em todo o Vale ouvia-se uma melodia linda e suave.
As flores coloridas e abundantes perfumavam a vida e todos os dias eram visitadas pelos pássaros em busca de néctar.
E as montanhas! As montanhas eram enormes e verdejantes e pareciam feitas propositalmente para manter o Vale cercado e protegido.
Além de tudo isso o Vale ainda reservava uma surpresa encantadora, nesse vale morava uma princesa, a mais bela de todas as princesas que já existiram. Tão linda, mas tão linda que até o arco-íris descia todos os dias até a porta da sua casa para admirá-la e lhe servir de ponte para levá-la onde quisesse.
Sua casa? Ah sua casa! Não era simplesmente uma casa, dessas que conhecemos ou ouvimos falar nos contos de fada. Sua casa tinha sido esculpida por castores na maior e mais bela árvore do Vale.
Isso mesmo! A princesa morava numa árvore. E tem mais...do tronco da árvore até seu cume, os castores esculpiram uma enorme escada com centenas de degraus para que a princesa pudesse lá do alto ver todo o Vale.
Não é demais!
Pois é, nesse Vale Encantado morava a princesa Maricotinha.
E você sabe o que a princesa Maricotinha fazia o dia inteiro?
Passava colhendo flores, frutas e cuidando dos animais. No fim da tarde, quando o sol começava a se por deixando a superfície dos rios e lagos dourado, ela voltava para casa montada num lindo cavalo alado branco e subia para o alto da árvore, quer dizer, para o alto da casa para contemplar o horizonte.
Quando a noite chegava, Maricotinha costumava ficar olhando o céu estrelado e quase todos os dias as estrelas juntavam-se e formavam seu nome. As vezes as estrelas desenhavam uma boca e enviam beijos para ela.
Por mais belo que fosse, o vale não seria encantado se a princesa não o habitasse, o encanto, a luz, o aroma das flores, as montanhas...
Tudo emanava e materializava-se a partir de seu coração puro.


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