Não há planícies verdejantes
Rio acompanhando a estrada
Sol no horizonte
Não há nada
Enquanto a vida segue
E a agonia de ser livre nos conduz
Seguimos quase que instintivamente nossas vontades
Quase sempre rasas
Materiais
Fúteis
A paisagem condizente com esse vazio é assim
Terras áridas
Rios mortos
Nuvens pesadas
E muita incerteza
Hoje a casa dos sonhos
Amanhã o carro dos sonhos
E depois outra casa e outro carro
E nada de preencher o vazio do peito
Aquela sensação de vazio no estômago logo depois de ter
almoçado
Árduo sentimento de encontrar-se perdido
E o que é pior
De não conhecer nenhum lugar capaz de acalentar o
coração
Momentos que você não gostaria de estar onde se
encontra
Mas que também não consegue imaginar um lugar capaz de
fazê-lo feliz
Tantas coisas materiais conquistadas freneticamente...
Tantos instantes relâmpagos de felicidade escassa...
E o peito continua vazio
E a alma continua aprisionada e triste
Então o que falta...?
Além do espelho
E da coragem de encará-lo verdadeiramente