Flores no deserto – Kleber Nunes

Muita dor e poucas lágrimas
Profundo e cinza olhar
Sorriso escasso e muita essência
E apenas a esperança como escudo

Chegará o tempo
Em que as flores brotarão no deserto
Os sorrisos serão fartos
E os olhos voltarão a brilhar 

Quando esse tempo chegar
O desamor será uma exceção medíocre
A dor uma lembrança longínqua
E não haverá sequidão

A jornada da alma – Kleber Nunes

Incrédula e insana tem sido a jornada

Das cavernas ou éter

Ao largo da lucidez

Sabe-se lá para onde

Tantas explicações

Tantas fórmulas

E a loucura proliferando

Dilacerando tudo que é divino

Quando e onde repousar?

Marcas do passado – Kleber Nunes

As vezes penso no passado

Das manhãs de chorinho e Roberto Carlos

Do cheiro de café antes mesmo de abrir os olhos

Da casa emprestada

As vezes sinto o passado

Etílico

Tempestuoso

Inquieto e aflito

As vezes volto ao passado

Sento na beira da velha cama e observo

Lamento

Angustio

Despeço-me e volto

E percebo que parte de mim ficou lá

Incrustado naquele tempo

Propositalmente Incapaz de seguir