Santa Maria de Belém do Pará – Kleber Nunes

De Marambaia ao ver o peso

Quanta beleza!

Céu azul

Sonhos e paixões

A beleza romântica do Palacete Bolonha

O perfume de pitiu

O perfume de Dona Onete

E o jambú pra garantir

Tudo isso é o Pará

E só vendo o por-do-sol das docas para entender

Um instante eternizado

Delicias tropicais

Tucupi com açaí

Filhote com açaí

Língua de jambú

E a promessa de uma noite daquelas...

Gente bonita e alegre

Gente hospedeira

Histórias inacabadas

Distância e saudade

Amiga tristeza – Kleber Nunes

Quando a tristeza

Ainda que sorrateira

Hospeda-se no peito, dilacerando-o

A alegria é evocada, mesmo que primitivamente

O cinza da tempestade precede o céu azul

A dor proporciona-nos o alívio

A tristeza é a amiga alertando

Que algo não está bom

Há recados trazidos pela tristeza

Alguns tão evidentes que sequer percebemos

Outros bem antigos e enraizados

Hospedeiros venosos que alimentamos desde sempre...

Alegria sempre, seja qual for a maré – Kleber Nunes

Caranguejo ou Siri?

Tanto faz!

Para criança é assim...

O importante é sorrir

Da janela, um olhar matinal confere a maré baixa

Vespertinamente, o mesmo olhar confere outro ambiente

A maré subiu e o sol quase caiu

É hora de brincar

Vovozinha dá-me as mãos

Madrinha dá-me também

Vamos cutucar o chão

E descobrir o que o mangue tem

Uma queda aqui

Um sorvete ali

Outra queda acolá

E um chorinho pra variar

Dia perfeito!

Clarinha, vovozinha e madrinha

Sonhos e bolhas de sabão

E olha que ainda falta o parquinho

Alegria sempre...

Seja qual for a maré