quarta-feira, 21 de março de 2012

Eis o amor! - Kleber Nunes




Sobre o amor?

Pouco se sabe dele

Pouco se sente

Pouco se vive

Amor profuso no universo

Infinitamente amor...

Imutável

Irreversível

Incompreensível

Essência indiscutível de tudo

Abundante

Copioso

Volumoso

Assim é o amor, tão maior que nossa pequenez!

Como entender algo tão grande?

Como tocá-lo?

Centelha divina que ofusca nossos olhos

Tão luminoso e celeste

Tão rico e nobre

Tão perene e sagrado

Que somos apenas aspirantes a conhecê-lo

O amor desconhece a mediocridade

A maldade

A perversidade

E nada assemelha-se a sensualidade

Eis o amor!

Templo de todos os bons sentimentos

Sentimento que proveu o mundo

Fonte divina que proporciona vida

Remédio de todas as enfermidades

Livre de tudo e de todos

Isento de culpas

Parcialidades

Interesses mesquinhos

Materialidades inúteis

Eis o amor!

Que se manifesta na luz de um sorriso

Num abraço fraterno de amigo

No olhar puro e pedinte de um cão

Na caridade desinteressada

Na partilha do pouco

Na gratidão do muito

Não há conforto sem o amor

Não há paz

Não há riqueza

Não há claridade

Não há sonhos

Sem amor levantar e seguir é impossível

Para os que fingem ignorá-lo

Para os ignorantes que o despreza

Para os que o transforma em posse

Para os que não enxergam mais do que os olhos vêem

Pouco sentido resta

Pouca luz

E o nada se instala.

Eis o amor!


terça-feira, 20 de março de 2012

A vontade - Kleber Nunes


A vontade

Opulenta e soberba

Abastada de desejos

Domadora da razão

A vontade

Senhora absoluta da fraqueza

Que subjulga a disciplina

Que se rende aos impulsos

A vontade

Que aproxima o objetivo

Que de todos se espera

Que também eleva a alma

A vontade

Essencial e dispensável

Determinante em alguns casos

Trágica em outros

Vontade, desejo ou necessidade?

Onde e como chegaremos?

Se a vontade e apenas ela for nossa senhora

A disciplina incomoda sim!

Mas é uma aliada preciosa

Que direciona

E equilibra

domingo, 18 de março de 2012

Lágrimas - Kleber Nunes


Há lágrima!

Por que te rendes aos maus sentimentos?

Por que escorres pela face e insensívelmente tocas com amargura os lábios?

Impulsionada pela tristeza

Forjada na dor

No rancor

No ódio

Nas aflições da alma

Trazida pela saudade

Pela angústia

Pelo coração oprimido

Por quê?

Há lágrima!

Já que necessitas fluir

Já que a face é teu único caminho

Já que os olhos marejam por ti

Já que o corpo te anuncia com calafrios

Já que pele se arrepia ao recebê-la

Que sejam nobres teus motivos

Que tenha doçura na tua essência

Que o amor e a felicidade

E apenas eles!

Justifiquem tua chegada.

sábado, 10 de março de 2012

O sino - Kleber Nunes

Qual a sina do sino

Que não seja anunciar?

Mesmo enclausurado proclamar

Disciplinadamente avisar?

Sua missão é tão simples

Repetitiva

Solitária

Mas só nos remete a coisas boas

Momentos de paz e reflexão

O mal não se anuncia

Instala-se e corrói

Mas as badaladas do sino anunciam as boas novas

E nos desperta para as possibilidades do próximo instante

Sob a sombra da Igreja - Kleber Nunes



Árvores frondosas a enfeitar

Grama verde

Céu azul para contemplar

Cachorros contentes

E a igreja

No centro da praça a igreja

Sua sombra refrescante

Seu cântico penetrante

E o sino a tocar

Baladas que anunciam

Proclamam a hora sagrada

Do alimento físico

Da prece celestial

Nas árvores os passarinhos cantam

No céu as nuvens passeiam

E o vento arrasta as folhas secas do chão

Na praça

Sob a sombra da igreja

Ouvindo o canto dos pássaros

Sentindo o vento soprando

Fitando o horizonte...

Com tudo isso é só assim

É que os santos de gesso ganham vida

A cruz faz algum sentido

O Cristo se faz irmão

O altar se mostra realmente sagrado

E Deus se torna presente

Na praça

Sob a sombra da igreja

terça-feira, 6 de março de 2012

Mundo novo - Kleber Nunes

 
"Quem dera o mundo fosse inundado de sentimentos bons, poemas de amor, poesias que falassem de um novo e esplendoroso amanhecer e tudo que existe de negativo fizesse parte de uma enciclopédia empoeirada em algum lugar esquecida"

segunda-feira, 5 de março de 2012

Península de Maraú - Kleber Nunes

Quanta coisa bela há

Há belezas impensáveis para contemplar

Quanta gente bela há

Quanto mar

Quanta riqueza

Tanta beleza!



O mais belo mar

Esplendoroso luar

Mar prateado na noite

Lua no alto a reinar



Há vilas que o mundo não sabe

Há pomar

Há sol sublime a reinar

Na península há



Maraú sagrada

De beleza e pureza

De riquezas inimagináveis

E encantos inesgotáveis.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Minhas escolhas - Kleber Nunes

Viver é melhor que sonhar

Por isso me delicio

Por isso me satisfaço

Por isso me sacio e sou feliz

Com o que tenho ao meu alcance

Com tudo que posso tocar



Mas ainda assim desejo...



Desejo de coração

Do âmago de minh’alma

As coisas que me interessam

As virtudes que entendo como essenciais

Os bens que meus braços ainda não podem alcançar



E sigo fazendo escolhas...



A dispensar o inútil e o julgo é meu

A buscar o que desejo e a procura é minha

A festejar e lamentar

Minhas conquistas e fracassos

E só eu sou responsável

Seja lá o que for...

Tema de amor da Amanda – Kleber Nunes

Meu pudor está naquilo que amo

E como amo...

Meu corpo disfarça o que sou

No âmago sou outro

E minhas aspirações são claras

Que importa minha carne feminina

A matéria se decompõe

Mas minh’alma tem essência e é eterna

E meus anseios são masculinos

Que importa chamar-me Amanda

Nome belo que diz pouco sobre mim

Sou verdadeiramente o que penso

Vivo verdadeiramente o que sinto

Desejo verdadeiramente outra fêmea

E não busco outra coisa diferente de amor

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Domingo - Roque Ferreira

Veja, meu bem
Que hoje é domingo
Domingo eu não choro
Domingo eu não sofro
Domingo eu sou de paz
E alegria
Tristeza, hoje eu não estou
Saudade, volte outro dia
Domingo eu não sou boa
Companhia

Se o amor quer me deixar
Me deixe num domingo
Eu não vou reclamar
E posso até achar
Que ficar só é lindo

Domingo a minha vida é o circo
Eu sou a trapezista
Alguém avise à dor
Que não insista

Tristeza, hoje eu não estou
Saudade, volte outro dia
Domingo eu não sou boa
Companhia

Se o amor quer me deixar
Me deixe num domingo
Eu não vou reclamar
E posso até achar
Que ficar só é lindo

Domingo a minha vida é o circo
Eu sou a trapezista
Alguém avise à dor
Que não insista.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

O nunca mais - Roberto Mendes e Capinan

Você bem sabe que eu vivo triste aqui
e que a saudade que me invade corroi tudo em mim
Vem, meu amado, e diz pra mim o que quer
E eu te darei bem mais que o corpo e a alma de uma mulher.
Quando um amor devoto como o meu
entrega aos céus e ao tempo tudo que perdeu,
espera mais do que pode esperar.
Uma mulher que te amou tanto quanto eu.
Resta sempre na lembrança uma esperança
de ter de novo o seu bem querer.
E é tão raro querer como te quero
e suportar sem desespero o grito no cais
em silêncio sem saber aonde vais,
na infinita janela do nunca mais.
E o nunca mais quer fechar a minha janela
O nunca mais quer amargar a minha fé
O nunca mais, que te levou pro mundo,
quer roubar também a paz de quem te quer.


Você bem sabe que eu vivo triste aqui...

Remanso - Moacyr Luz e Aldir Blanc

Teus olhos remanso
Repouso descanso
Distância e mormaço
Dois astros no espaço
Asas de peixes voadores
Enfeitam a lama das enchentes
Auréolas adornando as santas
Vitrais e serpentes
Teus olhos, cabaré celeste
Onde os anjos do senhor vão decair
Mananciais do agreste
Que eu fiz ressurgir o
sol que despenca
Nas chuvas de março
Lavando barrentas
Azuis de Picasso
Rebentam no peito
Represas de luz
Inundam o nordeste
Mil ?Foz de Iguaçus?