domingo, 18 de setembro de 2022
domingo, 31 de julho de 2022
Hiato – Kleber Nunes
De repente?
Não, o tempo passou...
Mas parece que foi ontem
Uma hora despertamos
Já adultos
As vezes velhos
Esgotados da jornada
Abduzidos pela rotina
E então percebemos um hiato
Em algum momento adormecemos
Perambulamos pela vida
Inconscientes
As vezes um déjà vu tenta nos alertar
Mas é confuso!
Apenas vagas lembranças
O que restou está aqui, o que está por vir é inédito
terça-feira, 26 de julho de 2022
O vazio das horas cheias – Kleber Nunes
Toca o despertador e tudo desperta
O resto adormece...
Resto como, se tudo já despertou?
Pois é!
Da escovação matinal ao almoço
Trezentos minutos
Quanto de útil?
Sei lá!
Acho que o verdadeiro despertar ficou no resto
E o resto é a parte útil
Por isso tornou-se resto
E as horas tornou-se fúteis
É tanto de tudo...
E tão pouco de útil
Livre e criativo eu era no sono
E já é hora de dormir novamente
domingo, 1 de maio de 2022
Utopiando para Distopiar – Kleber Nunes
Sonho lindo e profundo...
Não há mais fome nem guerra
Só abundância e paz
Fartura em todos os lares
Crianças sorrindo demais
Sábios ensinamentos na Europa
No Oriente elevação espiritual
Progresso constante no Ocidente
Todos por um mundo ideal
Não há mais clamor nem dor
Os tempos difíceis passaram
Não há injustiça ou ganância
Os homes as eliminaram
Mas cérebro não dorme
Devaneios noturnos
Atividade cerebral
Insônia
Inconsciente fazendo a festa
Voltei
O relógio despertou
O consciente acabou com a festa
Algumas contas vencidas na cabeceira da cama
A TV ligada falando da guerra
Notícias políticas vergonhosas
Desemprego, violência e apagão
A pandemia ainda não acabou
Imagens de corpos no chão
Não, não, não...
Putz!
Estava bom demais
Vou fechar os olhos e tentar dormir novamente
E quem sabe continuar sonhando...
quinta-feira, 13 de janeiro de 2022
Assim caminha a humanidade – Kleber Nunes
Lá fora o tempo está cinza
Cá dentro aconchegante
A alma segue aflita
E eu continuo pensante
Qual o sentido do cinza
Quanto vale o aconchegante
Qual o remédio para a alma
Se o desatino é constante
Se fez, não deveria ter feito
Se não fez, faltou atitude
Alguns sempre estão certos
Aos outros faltam virtudes
Qual o destino dessa jornada
Quem se dispõe a pensar
O que esperar da chegada
O que se espera encontrar
Desde o princípio era o verbo
Um dia o vírus chegou
Logo em seguida a cura
E o mundo não acabou
A ciência ganha atenção
A vacina vira esperança
A alma segue doente
A vacina não a alcança