sábado, 18 de junho de 2011

Sinceridade - Kleber Nunes


Ser sincero tornou-se fora de moda,
Ninguém quer ouvir as suas verdades,
Mesmo que sejam legítimas,
Ainda que estejam escancaradas...
Guarde-as para você,
Deixe-as empoeiradas em alguma prateleira,
Esqueça-as...

No mundo corporativo piorou,
Lá o que fala mais alto são os interesses, as vantagens...
Ninguém quer saber da sua essência,
Não interessa sua coerência diante dos fatos,
O que importa são as vantagens...

Sua idéia pode ser ótima,
Sua vontade pode ser grande,
O brilho dos seus olhos motivados podem até chamar a atenção,
Mas o que sai da sua boca deve criar oportunidades e vantagens...

Sempre tive a inocência de acreditar que ser sincero era uma virtude,
Na vida pessoal era sincero ao olhar nos olhos de alguém e dizer chega...
Na vida profissional, me empolgava achando que minha sinceridade contribuía...

Estou pensando em virar mais um covarde no mundo,
Dizer só aquilo que as pessoas querem ouvir,
Se for no ambiente corporativo por exemplo, não pensar no cliente,
Porque pensar em cliente se quem me promove é meu chefe?
O importante não é atender bem, é bater as metas!
Metas financeiras,
Metas pessoais que geram promoções,
Metas gerenciais que promovem relatórios que atendem a certos interesses.

Não interessa o bem comum,
Não importa se estamos contribuindo para um mundo melhor,
Sinceridade não dá lucro,
Não promove pessoas,
Não agrada chefes,
Não salva como diz a bíblia...

Sinceridade chateia,
Sinceridade te exclui,
Sinceridade preocupa aos que só querem ouvir falar em vantagens.

Meus pêsames aos sinceros,
Seus dias estão contados,
O mundo vai engolir todos vocês e terão que render-se,
Ou morrerem excluídos,
Mas convictos...

Um comentário:

Eduardo Lara Resende disse...

Gostei do blog, Kleber. Da sinceridade e das reflexões - humanas inquietações a que os silêncios de Deus sabiamente vigiam.
Abraço.