sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Silêncio - Florbela Espanca


No fadário que é meu, neste penar,
Noite alta, noite escura, noite morta,
Sou o vento que geme e quer entrar,
Sou o vento que vai bater-te à porta...


Vivo longe de ti, mas que me importa?
Se eu já não vivo em mim! Ando a vaguear
Em roda à tua casa, a procurar
Beber-te a voz, apaixonada, absorta!


Estou junto de ti, e não me vês...
Quantas vezes no livro que tu lês
Meu olhar se pousou e se perdeu!


Trago-te como um filho nos meus braços!
E na tua casa... Escuta!... Uns leves passos...
Silêncio, meu Amor!... Abre! Sou eu!...

2 comentários:

Lorrane da Silva disse...

Amo esse poema, é o meu preferido! <3

Ana Meireles disse...

É lindo, muito lindo!
Ao conhecê-lo passou a ser um dos preferidos. Amei!