domingo, 14 de julho de 2019

Páginas em branco – Kleber Nunes

Uma centelha de vida
É o ineditismo de cada segundo
O mesmo rio que é sempre outro
Um novo corpo a cada dia, uma nova alma

Os momentos são constelados
As energias materializadas
Nos lugares que frequentamos
Em nossas casas

Tudo é inédito
As páginas em branco da vida
As incertezas da próxima hora
Estar respirando



Mundo novo – Kleber Nunes


Os pássaros cantam
O mar está sempre lá
Os rios insistem
Os sinos não deixam de tocar

A natureza se adapta
El niño aqui
Degelo ali
Tudo se transforma

Um mundo novo a cada dia
E a necessidade de nos transformarmos também
Revermos tudo
Explorarmos novas possibilidades

Nascer e Crescer
Reproduzir e Envelhecer
Sobreviver e Morrer
Tornou-se raso demais

O piloto automático não dá conta
Aliás, para onde ele tem nos conduzido?
Nunca a faculdade mais nobre da alma foi tão crucial
O pensamento

Nunca foi tão urgente integrarmos os opostos
Acolhermos as nossas sombras
Esculpirmos em nós próprios enquanto pedras brutas
A melhor escultura possível

As reformas mais importantes não serão discutidas público
Não dependerão de votos, de conchavos
Dependerá de cada ser pensante
E exigirá sim alguns sacrifícios


sexta-feira, 12 de julho de 2019

A busca da essência – Kleber Nunes

Não sei se foi Deus
Se por ventura o diabo
Sequer posso atestar a existência de ambos
O fato é que estamos aqui

Vivendo as intempéries da vida
Pagando um preço altíssimo por respirar
Tropeçando em desconfortos e mazelas
Buscando o sentido das coisas

Somos fúteis alguns dias
Menos fúteis em outros
Um sorriso as vezes é o suficiente
E as vezes nada nos consola

É terapia pra cá
É Meditação pra lá
É prece ao dormir
É meta ao acordar

São tantas incertezas
A ideia de que um dia se tornou insuficiente
Corremos para onde mesmo?
Queria muito conhecer alguém que alcançou a linha de chegada

Tudo parece tão confuso e complexo
Imagina se ousarmos olhar para dentro
Nossa!
Um buraco negro enorme...

Talvez nesse buraco estejam algumas respostas
Uma avalanche de nós mesmos
Lavas do inconsciente vulcânico
Nos fazendo queimar para despertar

Como é árdua essa tal de individuação
Essa jornada inevitável do autoconhecimento
De nos situarmos no cosmos
De nos tornarmos o que somos de fato