Perdi-me
Num tempo incoerente
Um tempo que não se situa
Que não me permite chegar
Vivo a vagar
Distante de tudo
O inferno não me queima
O céu não me alcança
A inquietude é meu templo
As dúvidas, minha certeza
A morte me corteja
A vida me escapa
Procuro um momento sublime
Mas não sei identifica-lo
Sonho em eternizá-lo
Viver desse lampejo
O dia é longo
A noite é eterna
A dor se multiplica
E da cura nada sei
Tudo falta
Tudo sobra
E entre a escassez e o excesso
Desconheço o sentido das coisas
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