Por algum motivo que conscientemente me escapa
Hoje observei a vida com ineditismo
Tudo me chamava a atenção
Os sons, as cores, as pessoas, tudo...
Uma loucura!
Em alguns momentos me senti fora do ar
Desconexo
Ausente do mundo
Num lugar não lugar
O mundo me pareceu tão frágil
Tão sem sentido
Tão raso em relação as coisas sagradas
O sagrado de cada um, o sagrado arquetípico
Tudo muito estranho...
As vezes é difícil entender o que nos tornamos
A história tenta nos explicar
A filosofia que tanto aprecio também
E ainda assim pouca coisa faz sentido
Nada parece sustentável
Tudo parece convergir para o caos
À alma resta o placebo
A ilusão das migalhas materiais
No peito, a urgência de mudar
Silenciar os ruídos externos
Libertar-se das convenções
Desapegar-se das futilidades
Uma sensação que chegou sorrateiramente
Um inconformismo que chega a enjoar
A alma implorando acalanto
Um pouco de paz e sobriedade
Observei tudo e tudo me decepcionou
Como diz o poeta, tudo sobrou ou foi pouco
Não sei qual e eu sofri
Só me faltou um espelho
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