Esse despojamento
esse amargo esplendor.
Beleza em sombra
sacrifício incruento.
A mão sem jóias
descarnada
na pureza das veias.
A voz por um fio
desnuda
na palavra sem gesto.
O escuro em torno
e a lucidez
violenta lucidez terrível
batida de encontro ao rosto
como uma ofensa física.
Na imensidade sem pouso,
olhos duros
de pássaro.
Publicado: A Face Lívida (1945)
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